quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Os problemas cognitivos envolvidos na construção da representação escrita da linguagem




Emilia ferreiro baseada na teoria de Piaget observou como a criança passa de um estagio de menor conhecimento para outro de maior. Essa observação serviu de base para entender como a criança vai levantando hipóteses até chegar a escrita convencional. O que na maioria das vezes é desconsiderado pelo adulto, no entanto, para a criança é bastante complexo deixar uma zona de acomodação para uma de conflito e posterior assimilação.
No início do processo a criança tem dificuldade de identificar a letra ou número e não consegue fazer representação do abstrato para o concreto, um pouco adiante ela faz a hipótese da quantidade mínima, ou seja uma letra só não dá para ler. Um pouco mais a frente a palavra se relaciona com o tamanho do objeto, quanto maior o objeto mais letras serão necessárias para escrever o nome dele. Depois a criança escreve do seu jeito mais saberá o que escreveu. Por isso a necessidade de manipulação de diversos gêneros textuais mesmo que ainda não saibam escrever ou ler da forma convencional irão construindo suas hipóteses.
É de fundamental importância que o professor faça o registro da data e período em que a criança fez cada produção, para acompanhar em que nível está e quando passou ou não pra uma etapa mais complexa.
Mas para isso é fundamental saber identificar quais são as fases que a criança pode estar:
- pré-silábica: ainda não consegue relacionar a letra com o som da fala;
- silábica: atribui o valor de silaba para cada letra;
- silábico-alfabética: mistura a fase anterior mas já domina o valor das silabas.
Seguindo essas fases vai avançando até que chegue a escrita convencional. Faz hipóteses que algumas vezes são desconsideradas pelo professor e que até julgam com dificuldades de aprendizagem.
Para que a alfabetização ocorra de forma significativa deve-se levar em consideração fundamentalmente o modo como cada criança aprende e que cada um tem um papel ativo na aprendizagem construindo seu próprio conhecimento. Por isso, precisamos transferir o foco do conteúdo a ser ensinado para como esse aluno aprende.
A construção do conhecimento da leitura e da escrita tem muito da interação social de cada individuo e nesse processo, como já escrevi, ele passa por etapas, o que não significa que em uma classe todas as crianças estão no mesmo nível de aprendizagem. Então a aprendizagem não se dá somente na escola, esta que servirá somente de estímulo e mediadora para que ocorra a assimilação.
Devido a função social da escrita é que os alunos não devem ser alfabetizados mecanicamente com palavras soltas e textos sem significados, mas sim utilizando vários gêneros textuais ligados a vivencia dos alunos.
Não devemos inibir as crianças apontando erros, mas observar o desenvolvimento de cada um e fazer as intervenções necessárias.


O video a seguir mostra claramente como deve ser um ambiente alfabetizador.

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